Capa da Júlia R Cunha.
Resumo: Continuação de Os Apaixonados. Essa fic conta sobre Severo e Hermione no período vitoriano. E como eles fizeram para conseguir dinheiro para começar uma vida nova após sua fuga para o passado. ( A fic original esta aqui, não é indispensável a leitura dela para entender essa, mas é altamente recomendado)
Classificaçã: NC17 - M
Capítulo 1 - Vida em Jogo
Whitechapel – Londres 1845 – Uma
duas semanas após a viagem.
Um grito de êxtase reverberou no
quarto simples de um apartamento conjugado na Commercial Road, a voz era de um
homem com timbre grave que soou áspero pelo prazer. Seu corpo suado e exausto
caiu sobre o da mulher que o abraçou passando as mãos em suas costas cheias de
cicatrizes. Com um suspiro satisfeito ela o beijou no ombro e esfregou seu
nariz sobre a pele úmida sentindo seu cheiro familiar.
O homem ergueu a cabeça com um
sorriso frouxo e beijou-lhe os lábios lentamente, sentindo o gosto do sal do
suor misturado.
- Hermione – ele murmurou entre
beijos trôpegos.
Ela não disse nada, apenas olhou
seu marido e sorriu. Era tudo que precisava, ele podia sentir pelo elo que os
unia o amor que ela tinha por ele e se deixou enlevar pelo sentimento forte e
quente que o preencheu.
Severo rolou para o lado para não
esmagar sua esposa e a puxou em seus braços. Deviam ser umas três da tarde e
eles estavam aproveitando o silêncio que se tem em um bairro como aquele nesse
horário, muito cedo para os bêbados e prostitutas e muito tarde para o mercado
de rua e seus gritos. Preguiçosamente eles adormeceram.
Já era hora do jantar quando
ambos acordaram, mas não foi a fome que os despertou e sim o barulhos da rua,
as pessoas que vivem da noite começando a se mover e a falar, as pequenas
altercações que às vezes se tornavam brigas infames o cheiro de esterco molhado
que subia com o fim do dia.
Hermione sentou na cama ainda nua
e olhou para a sua barriga lisa, apesar de estar quase com três meses de
gravidez, não mostrava nada e ao contrário de tudo que tinha lido sobre
gestação não tinha nenhum sintoma, nem tonturas nem vômitos ou enjoos, era como
se não estivesse esperando, o que ela agradecia a Merlim. Severo estava
preocupado com a falta de qualquer coisa e lançava feitiços de diagnóstico
diariamente sobre sua esposa, todos mostravam que estava tudo bem o que o
acalmava um pouco.
Lentamente voltando do sono Snape
olhou sua Hermione e pensou, ele a amava, isso era uma coisa inegável e sabia
que ela também se sentia do mesmo jeito, somente isso explicaria sua adesão a
essa aventura surreal que eles estavam sem uma reclamação ou pesar. A ida para
o passado, que parecia muito romântica quando sugerida por Minerva, tinha se
mostrado um desafio muito maior. Era como desembarcar em um mundo desconhecido
apesar de estarem em Londres, muitas das coisas que eles pensaram que sabiam
sobre o que iam enfrentar se mostraram inúteis falhas no mínimo. A ideia que o
dinheiro que eles estavam levando seria suficiente para começarem uma vida se
provou totalmente errada, o que eles tinham não daria para um ano, mesmo
vivendo nessa, que era, sem duvida, a pior parte de Londres.
Logo que chegaram à cidade,
tentaram se estabelecer na parte bruxa próximo ao beco diagonal, dormiram
quatro noites no Caldeirão furado, passando os dias procurando por um lugar
para alugar, logo perceberam, fazendo as contas, que se morassem ali não
sobreviveriam seis meses com o dinheiro que tinham. Ao mesmo tempo Severo
começou a olhar por trabalho o que se mostrou infrutífero, ele podia dizer que
era um mestre em poções o quanto quisesse, mas sem documentos que provassem sua
instrução e nem mesmo um diploma de Hogwarts ninguém lhe oferecia nada que
pudesse pagar um aluguel e muito menos sustentar Hermione e depois o bebê.
Tomaram a decisão mesmo que
temerária de se arriscar no mundo trouxa, a única certeza que tinham a esse
respeito era que o aluguel era muito mais barato, e assim foram parar em
Whitechapel, pelo menos o prédio onde tinha achado o apartamento era até certo
ponto familiar, tinham uma vizinhança de famílias pobres e mães solteiras que
trabalhavam no mercado ou em pequenos comércios, alguns jovens policiais e um
monte de imigrantes de todo o Império Britânico.
Hermione e Severo encheram o
apartamento de proteções mágicas, mas às vezes alguém chegava muito bêbado e
esbarrava na porta com força, mesmo sabendo que ela não cederia ao impacto
devido a magia ainda era um tanto assustador.
Algumas famílias tinham pais
bêbados e abusivos o que não contribuía para o humor de Severo que via através
desses sons lembranças de sua própria infância muitas vezes levando-o a
momentos de introspecção, mas graças ao elo Hermione podia sentir sua angustia,
e para tentar ajudar colocava um feitiço de silenciamento sem que ele
percebesse para não constrangê-lo.
A busca por um emprego trouxa
também não se mostrou melhor, sem referencias só lhe foi oferecido trabalhos
braçais e coisas fora da legalidade que ele não aceitaria.
Hermione notou que Severo acordou
e se deitou novamente se aconchegando em seu ombro. – Não se preocupe nós vamos
dar um jeito. – Ela falou baixinho sentindo sua angústia. O bruxo a abraçou e
beijou sua testa, alguns minutos depois eles foram verificar o que tinha para
comer.
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Era segunda feira da semana
seguinte, Severo acordou disposto a tomar uma atitude, quase um mês tinha se
passado desde que eles haviam chegado e nada tinha sido resolvido, ele se
banhou e barbeou deu um beijo em Hermione e saiu para procurar trabalho,
qualquer coisa que pelo menos pagasse o aluguel.
Hermione ficou sozinha
praticamente o dia todo sem notícias de seu marido, ele não tinha voltado nem
para o almoço, ela se preocupou, mas não foi atrás dele, era muito perigoso
andar pelas ruas de Whitechapel sozinha principalmente no começo da noite, ela
sabia que seu bruxo sabia se cuidar, no entanto qualquer barulho no corredor
fazia seus olhos irem direto para a porta na esperança de que fosse ele voltando.
Pouco antes das seis Severo
chegou, sorrindo e abraçou sua esposa.
– Você arrumou um trabalho? - Seu
sorriso murchou um pouco ao responder.
- Não querida, mas descobri uma
coisa muito interessante. Você se lembra do boticário no Beco Diagonal, perto
da loja de varinhas? - Fez uma pausa para ver se ela se lembrava, vendo que sim
prosseguiu.
- Ele está à venda, não só ele
como todo o prédio, o que é ótimo por que em cima do boticário tem um pequeno
apartamento que seria perfeito para nós, é um lugar decente para criarmos nosso
filho e o dono me garantiu que a compra vem com tudo que tem dentro, tantos os
moveis como os ingredientes de poções, é se mudar e começar a trabalhar
imediatamente, seria a solução perfeita para nós.
Hermione olhou para ele
espantada, ele estava escondendo alguma coisa. – Sim seria ótimo, mas por que
você não parece cem por cento contente?
Severo fechou o rosto ficando
sério de repente.
– Simples, não temos dinheiro
para comprar, precisaríamos de pelo menos três vezes o que temos para poder
fechar o negócio, isso deixando um saldo para pagar em alguns meses. Fiquei
pensando num modo de comprar e decidi ir ao Gringotes ver a possibilidade de um
empréstimo o que não foi possível, inicialmente por que legalmente não existimos.
Snape se sentou à mesa
pesadamente e continuou exasperando.
- O duende me aconselhou a ir ao
ministério e fazer um registro civil, eu fui, essa foi a parte fácil, depois de
me registrar e a você e o nosso casamento, voltei ao banco e sabe o que ele me
disse... - Severo começou a imitar a voz esganiçada do duende - “Senhor Snape
apesar de agora o senhor existir continua sendo um pé rapado sem dinheiro volte
quando tiver uma ocupação e nós conversaremos.” Tive que me segurar para não
azarar a criatura, virei as costas e sai de lá com a pouca dignidade que me
restava. Estava espumando de raiva, demorei a voltar para casa por que dei uma
volta na rua para acalmar.
Hermione o abraçou.
- Nós precisamos de um plano.
Severo riu a isso.
– Sim precisamos, mas nada
temerário minha grifinória, algo seguro. Não quero entrar em confusões, já tive
muitas na minha vida.
Eles foram jantar e depois se
deitaram para dormir, se os vizinhos deixassem é claro, mas Snape não dormiu
ficou a noite toda olhando para o teto sujo do apartamento, com a mente em
branco para qualquer ideia que valha.
O dia seguinte amanheceu em um
estrondo, algum imbecil conseguiu derrubar uma carroça cheia de legumes no meio
da rua, eram cavalos relinchando e comida por todo lado, o transito parou. Um
monte de vagabundos apareceram para roubar a carga e o dono da carroça,
desesperado, começou a gritar e chamar a polícia, quando essa chegou tentou
acabar com a baderna a golpes de porrete, na pressa para fugir da surra algumas
pessoas invadiram as lojas e a baderna só piorou, chegou a um ponto que após a
confusão ser sanada o lugar parecia um campo de guerra, a policia fechou a rua,
ninguém podia passar ou sair.
A coisa toda demorou boa parte da
manhã, por isso ninguém foi trabalhar aquele dia. Alguns homens que moravam no
prédio se estabeleceram na portaria para jogar baralho. Severo se juntou a eles
apenas para saber se alguém sabia de um trabalho para ele. Sendo convidado
aceitou jogar, eles estavam apostando feijões o que parecia bem inócuo. Logo
nas primeiras rodadas notou uma coisa interessante, ele podia usar legimência
nos homens com facilidade, por serem trouxas, não percebiam nada, era muito
divertido.
Snape sabia exatamente o que
fazer para ganhar cada jogo, os sujeitos ficaram intrigados com sua sorte, mas
não podiam notar nada de errado na forma como estava jogando, obviamente ele
não ganhou todas as vezes, por que nem sempre tinha uma mão boa, mas graças a
saber como eram os jogos dos outro ele saía sempre na hora certa.
Uma hora depois Severo entrou em
casa com uma cara que Hermione descreveria como "pequei um aluno da
grifinória fazendo algo muito ruim e tirei cinquenta pontos". Seus olhos
negros brilhavam quase cruelmente, ele se aproximou dela colocou o pequeno saco
de feijões sobre a mesa e falou.
- Eu tenho um plano.
Após contar o que houve no jogo
de cartas, Snape concluiu.
– Você tem ideia de quantas casas
de jogos tem só em Whitechapel, pelo menos umas sessenta, eu posso ir a elas e
jogar com os trouxas, acredito que em pouco tempo teremos dinheiro para comprar
do boticário, e arrumaremos nossa vida.
Hermione estava boquiaberta, era
algo interessante, mas ela ficou preocupada.
– Severo, não é muito perigoso? O
ministério pode perceber que você esta usando mágica em trouxas e teremos
problemas.
- Não, a lei nesse tempo é menos
rígida do que no que vivíamos, e, além disso, o feitiço de localização de magia
ilegal só será instituído daqui a uns vinte anos, estamos seguros quanto a
isso, e os trouxas nunca vão perceber, basta não ganhar muito de uma vez, ir
com calma e variar bem as casas de jogos, posso ir a outros distritos e até as
casas de jogos dos cavalheiros ricos em St James Street.
- Sim nós podemos fazer isso. –
Hermione caminhou até a janela e olhou para a rua lá fora pensando nas
possibilidades. - Acho que vai dar certo, temos que comprar algumas roupas de
trouxa boas e podemos cada noite ir a um lugar...
- Nós não, eu, você não vai,
esses lugares não são para mulheres. Além de tudo é perigoso, têm muitos
marginais lá eu não vou lhe expor. – Severo falou com ar altivo.
- Ora se não, eu sei que tem
mulheres nesses lugares, eu não sou cega, eu as vejo entrando e saindo dessas
casas todos os dias. E eu acho que sei lidar com caras maus, se você não se
lembra eu matei Belatrix, não sou uma flor delicada que precisa ser
protegidada.
- Sim Hermione, você matou, mas
com sua varinha e lá você não pode usá-la. – falou como se declarasse o óbvio.
- E sim tem mulheres, mas não o tipo de mulher
que você é, elas são cortesãs, prostitutas e atrizes, não é lugar para uma
dama.
- Desde quando eu sou uma dama?
Severo se enfureceu, e segurou
Hermione pelos dois braços, você é uma dama, é minha esposa e eu espero um
comportamento de você, não vou lhe misturar com esse tipo de mundana.
- Essa é a coisa mais machista
que você já disse. Me solta. – A bruxa puxou-se para trás deixando o seu
temperamento ganhar caminho.
- Eu vou com você. Não vou deixar
você sozinho nesses lugares com essas mulheres todas em cima de você.
- Você não confia em mim
Hermione, eu nunca lhe trairia. – Severo exasperou - Como você pode desconfiar
de mim depois de tudo que passamos?
- Eu confio em você Severo, eu
não confio nelas, - Mais calma Hermione deu um passo em direção ao seu marido e
tentou dar alguma explicação racional para sua resposta apesar de saber
internamente que era apenas ciúme. - você vai estar com dinheiro e essas vadias
cheiram isso, se eu estiver junto elas não vão se aproximar. Eu não quero
mulher nenhuma perto do meu homem! – frisou as palavras finais fechando o rosto
e ficando vermelha de raiva e vergonha por seu comportamento. Mas nem por um
momento pensando em voltar atrás nas suas palavras.
Severo teve que rir quando a
realização se abateu sobre ele, ela estava com ciúmes dele. Dele! O morcego
seboso das masmorras, Snape sabia que não era bonito e nunca teve muita sorte
com as mulheres, no entanto, agora essa linda jovem estava em pé de guerra com ele
por ciúmes! Isso era novo e inesperado.
- Você só está com ciúmes. – Ele
jogou para ela, já sem raiva, com sua voz mostrando somente surpresa. – Do que
você tem ciúmes?
- De você! – Ela devolveu com o
queixo erguido, os olhos castanhos muito abertos e brilhantes. Deixando de lado
os subterfúgios e dizendo a verdade.
Severo riu assombrado e puxou-a
em seus braços beijou-a possessivamente, com fome e paixão. Hermione tentou se
manter impassível no inicio, ainda com raiva dele, mas foi cedendo ao ataque e
logo estava tremendo nos braços de seu amor gemendo em seus lábios. Ele a arrastou para a beira da cama e começou
a beijar seu pescoço.
- Não precisa ter ciúme de mim,
eu sou seu. – ele falou entre beijos molhados, seu ego masculino inflado com a
ferocidade de sua esposa em querer possuí-lo. Já começando a desabotoar a parte
de trás do vestido.
Hermione estremeceu ao sentir os
dedos longos de Snape tocar suas costas, massageando a pele sensível da sua
coluna logo abaixo do pescoço, suas unhas aparadas arranharam de leve causando
arrepios por todo seu corpo. Soltando um gemido ela lançou a cabeça para traz
dando mais espaço para a exploração impiedosa que o bruxo estava fazendo do seu
corpo.
Logo estavam ambos nus sobre a
cama, Severo por cima beijando o corpo da bruxa sugando seus seios e se
preparando para penetra-la. Foi quando Hermione olhou para ele e bufou, ela não
ia dar a vitória ao bruxo tão fácil. Virou-o e sentou-se encima dele.
Ela se empalou duramente, tomando
posse do corpo do homem, mancando-o como seu, ela se moveu para cima e para
baixo em seu pênis.
- Você é meu e eu nunca vou
dividir você com ninguém. – ela falou enquanto se enchia duramente com ele - Eu
não vou dar chance de uma vadia dessas roubar você de mim. – Ela puxou seu rosto
para o dela beijando-o.
Ele se sentou com ela em seu
colo, puxando seus quadris em direção ao seu membro duro, seus dedos cravados
em sua cintura, enquanto assaltava seus seios com a boca, mordendo seus mamilos
rosados e sugando a carne macia.
Hermione moveu-se com ímpeto,
quase saltando sobre o bruxo fazendo-o gemer alto e ele subiu seu próprio corpo
para encontrar seus impulsos. Na frenética onda de prazer que o consumia
começou a falar.
- Você não vê! Nenhuma outra mulher faria
desse jeito comigo, não como você faz, com essa entrega. Você me deixa louco de
desejo. - Ele a puxou para baixo pela cintura, cravando-se o mais fundo que
pode. - Quando você mexe assim. - Ele fechou os olhos e sua boca abriu frouxa
quando ela rebolou sobre ele. - Eu acho que vou morrer, deus mulher, você vai
me matar. - Ele a puxou de novo para si – Vai, me monta, me mostra o quanto que
você gosta do meu pau dentro de você, me deixa sentir você gozar para mim.
Hermione estremeceu seu orgasmo
tomando conta de seu corpo, ela travou os olhos nos dele, segurou o rosto do
marido com as mãos e gritou em seu clímax – Severo Snape você é meu!
Severo meteu-se mais uma vez com
força sentindo o orgasmo de Hermione apertar seu pau, foi o suficiente para ele
chegar jorrando dentro dela tudo de si. – Eu sou seu Hermione. Ele falou
tremendo quando sentiu seu orgasmo baixar. E ambos desmontaram na cama,
entrelaçados e saciados.
Um tempo depois Hermione ergueu a
cabeça e olhou para Severo que estava olhando para ela sem palavras.
- Eu vou com você e não tem mais
argumentos. – Severo fechou os olhos e derrotado.
2 comentários:
Ameii quero o prox <3
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