Capítulo 2 – Jogo Perigoso
- Não Severo. Não!
Hermione arrancou uma camisa preta das mãos do bruxo e jogou
de novo no balcão do vendedor ambulante. Na feira de rua de Whitechapel
vendia-se de tudo, de roupas a comida, e ela enchia varias ruas com carroças de
ambulantes que gritavam tentando vender suas mercadorias.
Severo fechou a cara e pegou a camisa de volta – O que há de
errado com essa camisa, ela parece boa.
- É preta Severo – Hermione falou como se apontasse o obvio.
- Sim é preta, eu sempre visto preto e você sabe disso, por
que reclamar sobre isso agora? Você nunca falou que não gostava do jeito que eu
me vestia.
- Não é isso Severo, eu gosto do jeito que você se veste, eu
acho sua roupa preta muito sexy na verdade. – ela sorriu um sorriso meio torto
para ele. Severo ruborizou um pouco e olhou meio envergonhado para baixo.
- Então qual é o problema com a camisa preta?
- É muito marcante Severo, se você entrar nas casas de jogos
todo vestido de preto todas as vezes logo as pessoas vão marcar você com o
“cara de preto que sempre ganha” isso não vai ser bom para o nosso plano.
Severo teve que concordar com o argumento, era irrefutável
que a cor o marcaria, no entanto ele não conseguia se ver com outra cor, era
como sei o preto fosse parte de sua personalidade. No entanto ele deixou a
camisa.
- Certo. Você esta certa, que cor você sugere?
Hermione mordeu o lábio inferior e se virou para a banca
mexendo nas camisas e tirou uma em tom de branco cru.
- Que tal essa? Se você colocar o colete verde escuro que
pegamos naquela outra banca e o casaco preto que você tanto insistiu em comprar
vai ficar bem.
O bruxo olhou para a camisa com uma cara meio contrariada,
aceitou com a cabeça e pagou ao ambulante.
Eles andaram ainda um pouco na feira Hermione comprou um
vestido verde e vermelho rindo dizendo que era sonserino e grifinório juntos.
Já estavam quase chegando ao final quando Snape parou, era
uma banca que vendia chapéus de vários tipos. Ele pegou um chapéu coco preto e
colocou na cabeça, virou para Hermione e ergueu as sobrancelhas
inquisitivamente. Hermione fez cara de quem não gostou muito.
- Merlin do céu nunca imaginei você com um chapéu. É
estranho, mas ficou bom, afinal todos os homens aqui usam.
Depois de pagar pelo chapéu ele finalmente foram para casa.
Aquela semana eles planejaram minuciosamente como se
portariam na primeira casa de jogos que escolheram para ir, era uma que ficava
a vários quarteirões de distancia, essa era uma questão de segurança nunca jogar
perto de casa. Finalmente o sábado a noite chegou e eles, vestidos e se achando
muito preparados, saíram para sua primeira tentativa.
As ruas estava abarrotadas de pessoas, a maioria mal
encaradas o que fez Hermione se aproximar mais de Severo para se sentir segura.
Ela havia colocado sua varinha bem presa em sua manga, mas sabia que não
deveria usa-la a não ser que fosse estritamente necessário.
Os bêbados já estavam tropeçando pela rua apesar de ser cedo
e as prostitutas faziam o seu melhor para chamar atenção dos possíveis
clientes. Depois de caminhar um bom pedaço finalmente eles se viram em frente
ao local escolhido e entraram cautelosos. A cena barulhenta e confusa distraiu
a ambos e eles não notaram que um homem os observava de um beco.
Assim que puseram os pés dentro na casa de jogos Severo
pressentiu que não foi uma boa escolha, de dia quando ele havia passado por lá,
parecia que era um lugar com alguma classe, mas a noite lembrava um prostíbulo
da travessa do tranco, homens bêbados sentados às mesas de jogos com mulheres
em seus colos vestidas de forma sumaria que falavam alto e riam enquanto eles
as bolinavam e pediam para que elas beijassem as cartas e os dados, um deles
chegou a coloca-los entre os peitos de uma das mulheres beijando o vinco seios
antes de retira-los para atirar dizendo que dava sorte. Outros homens estavam
sentados no balcão do bar bebendo e olhando o espetáculo com diversão.
Snape pensou que se ele estivesse sozinho não seria um
problema real, mas com Hermione agarrada a seu braço seu extinto de proteção o
impeliu a observar todos os clientes da casa para avaliar possíveis problemas,
puxou-a para mais perto e a levou para um canto vazio.
- Hermione quero que você fique sempre perto de mim, se for
impossível fique em um lugar que eu possa vê-la e mantenha seus olhos abertos,
se acontecer alguma coisa aparate para casa imediatamente entendeu?
A bruxa acenou afirmativamente para ele. Snape sorriu
interiormente para a falta de argumento da sua bruxa, ele esperava que ela fosse
fechar a cara e dizer para ele que ela era totalmente capaz de se
proteger, pensou que finalmente acho
algo que a assustou e teve um certo prazer com isso, até os mais corajosos
grifinorios tem seus limites, isso era reconfortante de alguma forma.
Os dois andaram em direção as mesas de jogo procurando uma
que tivesse vaga. Assim que acharam Severo pediu para participar e foi aceito,
Hermione sentou-se perto dele e tentou manter o rosto impassível. Ela estava
preocupada, aquele lugar a havia assustado, as pessoas pareciam perigosas.
Sentindo seu temor pelo elo Severo falou em sua cabeça.
- Não se preocupe, vamos conseguir.
O Jogo começou. Nas primeiras mãos Severo intercalou ganhos
e perdas para não chamar a atenção, sua legimência estava funcionando muito bem
ele sabia as cartas de todos na mesa e estava se mantendo confortavelmente no
jogo.
Depois de um tempo resolveu arriscar a ganhar uma mão
especialmente rica que estava na mesa. Assim que virou as cartas e sua vitoria
foi anunciada um dos jogadores, que havia perdido uma grande soma se levantou e
apontou o dedo para ele.
- Você está roubando, tenho certeza disso. - O homem tinha
um forte sotaque irlandês e um cheiro nauseante de gim, ele empurrou agressivamente a mesa em direção a Snape. O bruxo se
levantou na hora e falou estoico:
- Eu não estou roubando, seja um bom perdedor. Vá para o bar
beba mais um pouco e depois volte para casa e vá dormir.
O irlandês ficou com o rosto vermelho e ergueu as mãos em
direção ao colarinho do bruxo. Severo segurou as apertado impedindo que ele o
tocasse e olhou seu adversário com seus olhos negros frios e impessoais.
- Eu não estou roubando, e insisto que se afaste de mim e se
contenha.
Pareceu que o próprio demônio tinha possuído o homem embriagado,
ele lançou a mesa jogando copos, garrafas e cartas para todos os lados. Severo
deu um passo para traz e trouxe Hermione para as suas costas.
- Me devolve o meu dinheiro agora ou eu vou arrebentar esse
seu nariz grande. – Falou o homem cuspindo cada palavra com raiva.
- Não vou devolver nada. Vou embora daqui e você aprenda a
lição de não jogar bêbado como um vagabundo.
Foi o que bastou para o homem partir para cima de Severo
tentando soca-lo no rosto o bruxo esquivou facilmente e rapidamente devolveu um
soco que pegou em cheio jogando o homem desacordado no chão.
Aquela altura as pessoas do bar já haviam se levantado e o
caos reinava, muitos aproveitaram para roubar o dinheiro das mesas de jogo o
que causou mais pancadaria em vários lugares. Snape aproveitou para puxar
Hermione pelo braço em direção a porta e já estava saindo quando a policia
entrou. Os policiais sacaram cassetetes de madeira e começaram a bater nas
pessoas que estavam brigando para tentar conter o alvoroço. Severo se apertou em
um canto com Hermione nos braços para evitar ser atacado pela policia e vendo
que ninguém estava olhando os aparatou para casa.
Na sala de jogos bagunça continuou. Severo ao aparatar não
notou um homem vestido de forma estranho no fundo do bar observando-o e também
não viu o sorriso que ele deu ao vê-lo desaparecer com Hermione.
Eles apareceram bem no meio do seu pequeno apartamento,
ainda estavam meio sem fôlego. Assim que se equilibrou Snape olhou para
Hermione preocupado com a reação da bruxa e se espantou quando notou que ela
estava rindo histericamente.
- Deus Severo, - falou entre os risos – Mas que foi um soco
incrível! – ela riu mais ainda se jogando na cama e arrancando o sapato. – O
dinheiro está seguro com você?
O bruxo não entendeu nada, de todas as reações que ele
imaginou aquela era uma que ele não previu.
- Sim o dinheiro está no meu bolso. – Falou batendo a mão
sobre o casaco ainda atônito. – Agora. - Ele falou exasperado. - Estou feliz
que você apreciou meu soco naquele idiota, mas por que você esta rindo tanto?
Nós corremos muito risco está noite, um monte de coisa podia ter dado errado,
era para você estar assustada e não se divertindo!
Hermione parou de rir e olhou para o bruxo que agora estava
com os braços cruzados na frente do peito olhando para ela de forma que a fez
lembrar da escola.
- Ora Severo, tenho que confessar que fiquei assustada na
hora, foi realmente algo muito perigoso, mas que foi divertido foi, a cara do
sujeito na hora que você desviou do soco dele foi impagável e a confusão de
todo mundo começando a se bater do nada parecia filme B, foi muito engraçado,
na hora que a policia entrou fiquei preocupada, mas olhando agora que estamos
seguros, nós nos saímos muito bem para nossa primeira vez.
- Nós demos foi sorte sua bruxinha maluca, podíamos estar
feridos e na cadeia a essa hora.
- Mas não estamos, estamos em casa e com o bolso cheio de
dinheiro e ainda eu vi você agindo de forma muito viril o que me deixou muito
excitada.
Severo desistiu de argumentar e puxou uma cadeira sentou
jogando o chapéu sobre a mesa. – Você é uma bruxa estranha.
Hermione riu desabotoando a blusa do vestido. – você deve
ficar feliz que eu sou estranha, se eu fosse normal não estaria aqui com você.
– falou ficando nua da cintura para cima.
Severo olhou para o par de seios meio inchados pela gravidez
que lhe eram oferecidos e resolveu esquecer a conversa.
- Você tem toda razão. – o homem puxou sua mulher para os
braços e beijou-a na boca avidamente. Quem era ele para discutir com a sorte de
qualquer maneira.
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- Severo minha roupa esta boa? Eu acho que finalmente estou
ganhado peso com a gravidez, olha para mim, estou começando a parecer com a
Molly Wesley.
Era domingo a noite e eles estavam saindo para jogar novamente.
O bruxo que estava amarrando a gravada em frente ao espelho
virou para olhar sua esposa.
- Mulher, Graças a Merlim você
não está parecendo a Molly, mas é verdade que ganhou algum peso.
- Você acha que eu estou gorda? – a cara de piedade de
Hermione quase fez Snape rir, mas ele se conteve. – Você não está gorda, está
grávida, você sabe o que é esperado, a barriga cresce e todo o resto... – fez
um sinal com as mãos mostrando como se ele estivesse inchando.
- Ah cale a boca! – Hermione ficou seria e resolveu mudar de
assunto. – Aonde vamos para jogar hoje?
Snape olhou de lado para ela grato pela saída da situação
embaraçosa de falar das mudanças do corpo de sua mulher.
- Vamos a um lugar bem melhor do que o de ontem, esse fica
fora de Whitechapel, não é St James, mas é mais bem frequentado.
- Bom então nada de brigas de bar hoje eu imagino, é uma
pena me diverti muito ontem.
- Não, nada de brigas de bar se podemos evitá-las, por mais
que eu tenha apreciado o que ela fez aos seus hormônios não quero arriscar
quebrar meu nariz, acredite já o quebrei antes e não quero experimentar de
novo.
Hermione se aproximou dele e ficando na ponta dos pés e lhe
deu um beijo no nariz. – Gosto do seu nariz intacto.
Severo riu e a beijou na boca. - Então vamos logo quero
tirar algum dinheiro dos trouxas hoje.
Eles estavam jogando no salão a mais de uma hora, Hermione
estava muito entediada, este era realmente um lugar de classe, todos os homens
estavam limpos e até certo ponto sóbrios e as mulheres estavam se insinuando,
mas não se jogando em seus colos, o estabelecimento me si era bem limpo e
arrumando. Severo parecia que tinha ganho uma boa soma. Ela estava louca para
ir embora para casa e resolveu avisar o marido pelo elo.
Severo escutou e acenou que já estavam indo, ela se levantou
e eles seguiram em direção a porta, quando estavam saindo um homem tocou o
braço de Snape e o puxou para poder falar perto de seu ouvido.
- Eu sei o que você é. – sussurrou o desconhecido.
Snape virou rápido o rosto para ver quem tinha falado, mas o
homem já tinha desaparecido. Assustado puxou Hermione pelo braço e a levou para
a rua aparatando para casa assim que viu um beco escuro.
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Um cavalheiro vestindo um terno de veludo roxo ajeitou o
chapéu na cabeça olhando para o beco onde os dois haviam desaparecido. Das
sombras atrás dele surgiu um homem com feições e roupas típicas chinesas.
- Esse é o homem que você viu no beco diagonal procurando
emprego de mestre de poções? – O chinês confirmou com um movimento rápido de
cabeça.
- Ele é bom chefe, ele fez poções difíceis no boticário para
ver se conseguia o emprego, o velho não deu emprego a ele por que ele não tinha
diploma. O senhor acha que ele vai querer trabalhar para nós?
- Não sei, mas se não quiser por bem, podemos conseguir de
outro jeito.
O chinês deu um sorriso mau e seus olhos brilharam. – Sim
tem muitas maneiras de convencer um homem, não é chefe?
O cavalheiro sorriu e ambos aparataram.
2 comentários:
Ah meu Merlim! Eu adorei. . Continua, por favor.
Céus, eu nunca paro de me surpreender com suas fanfics, já li todas e são maravilhosas!
Sou fã de SS/HG e assim que conheci seu blog me apaixonei.
Minhas fics favoritas são Os Apaixonados e O Mistérioso Mistério do Tempo.
Fiquei super feliz quando você postou essa continuação, e estou ansiosa pelos próximos capítulos. :)
Parabéns por seu magnífico trabalho.
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